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Volta para Cuba- Parte 4- Mais respeito com mulheres cubanas, brasileiras, suíças, espanholas e todo o mundo

01:08

Cubana aproveita o nascer do Sol, em Malecón, Havana (David C. Fugazza)
Sempre que embarco para uma aventura mais longa e sozinho, levo um companheiro para todas as horas, algo que eu possa desabafar e contar cada detalhe da minha trip, sem queimar o ouvido alheio. Nessas horas, a melhor escolha é sempre meu caderno, meu diário de viagem. 

Em uma das páginas desse diário, eu escrevi que as mulheres cubanas renderiam um capítulo a parte. Por isso, resolvi fazer uma parte especial sobre elas, em homenagem ao dia da mulher, comemorado nessa terça-feira (8). Mas isso não significa que deixarei de falar um pouco das outras mulheres que conheci pelo caminho. 

A primeira mulher cubana que encontrei na trip foi uma militar, que carimbou meu passaporte de entrada. Quando eu a vi, logo tirei algumas conclusões, as cubanas tem um traço muito diferente, elas são muito bonitas e extremamente vaidosas. 
Apesar da fantasia, a imagem mostra a vaidade e a beleza da mulher cubana (David C. Fugazza)

A segunda impressão da mulher cubana foi com Osmara, a mãe da família que estava me hospedando. Um contato mais longo que veio através de conversas sobre os mais diversos temas. Através dela e de outras mulheres que conheci durante a viagem, constatei que as cubanas são muito guerreiras, não querem nada de mão beijada, são ativas e trabalham em diversos ramos. 

Apesar disso vi pouquíssimas mulheres ao volante, para ser mais exato vi em apenas duas ocasiões.  

A beleza cubana é diferente das mulheres brasileiras, talvez eu não consiga explicar exatamente em quais pontos. Mas elas são na sua maioria negras e mulatas, com os olhos ligeiramente puxados e muitas gostam de prender os cabelos para trás. 

Sua vaidade que muitas vezes é exagerada pode ser vista na sua maquiagem, na forma de se vestir e também através das unhas. Algumas mulheres têm o costume de deixar as unhas da mão crescerem muito ou colocam unhas postiças tão grandes, que as utilizam para digitar no teclado do computador.


Outra paixão da mulher cubana são as novelas brasileiras, que foram temas de longas discussões, bate papo e esclarecimentos de dúvidas. A novela que elas mais comentavam era a tal de Avenida Brasil. Impossível não ouvir os nomes da Carminha (Adriana Esteves), que segundo elas era uma mulher bem má e do Jorginho (Cauã Reymond), que vinha sempre acompanhado de um suspiro.  

Talvez por causa dele e de outros atores, que as mulheres cubanas gostam tanto dos brasileiros e sempre que ouvem alguém falando português puxam conversa. 

Isso aconteceu várias vezes comigo, uma dessas vezes, eu estava em uma excursão cubana para a cidade litorânea de Varadero,  uma turma de senhoras ao saber que eu era brasileiro fizeram questão de mudar de lugar no ônibus, para conversar comigo. 

Chegando ao destino elas não me abandonaram, me chamaram para acompanha-las em tudo . Achei a atitude muito legal e apesar de algumas vezes a língua atrapalhar, me diverti muito mais do que se estivesse sozinho.  

Apesar de receptivas, têm aquelas que ao ver turistas, não olham nem para o lado, mas é compreensível, uma vez que tem muito estrangeiro que acha que pode tudo com as mulheres locais. 

Entrando no assunto de assédio, algo que me preocupou muito foi a forma que os homens abordam as mulheres e não só as cubanas. 

Ouvi recorrentes queixas de brasileiras, suíças e espanholas, que tive contato ao longo do caminho. Sabe aquelas cantadas de pedreiros, que as mulheres descrevem com as mais nojentas, que vem acompanhada não de um galanteio, de um belo elogio ou de um ato educado, mas sim aquelas com palavras carregadas de malícia e estupidez? Pois é, essas mesmas.

Em um dos relatos, uma brasileira estava andando pelas ruas de Havana, quando um homem caminhando sentindo contrário passou por ela, olhou fixamente em seus olhos e disse “Tengo Hambre”, em português, “Tenho Fome”, com um tom carregado de erotismo desnecessário. 

Em resposta a tal falta de educação, ela não se conteve e perguntou , “Você acha mesmo que funciona esse tipo de cantada?”. Sem resposta ela virou as costas e foi embora.    

Mas pelo que pude constatar é uma abordagem frequente. Por isso, viajante mulher, você pode passar por isso lá. 
Guerreira, a mulher cubana (David C. Fugazza)
Assim como nós brasileiros, os cubanos adoram dançar, não podem ouvir uma musiquinha de fundo que começam a mexer os esqueletos. E as cubanas não são diferentes, nem mesmo na forma sensual de bailar das brasileiras, só muda o ritmo musical. 

Em conversa com uma médica, ela me disse que na noite cubana não é fácil fazer amizade, que eles usam as baladas, para conversar e dançar entre amigos.  

Pude conhecer mulheres jornalistas, biólogas, professoras, médicas que trabalham em Cuba, médicas que trabalham na Venezuela, estudantes de medicina, cantoras, cabeleireira, entre outras profissões. Todas elas se mostraram muito estudadas e bem convictas dos seus ideais. 


Espero que ao longo do tempo, os homens possam respeitar mais as mulheres, independente da sua nacionalidade, que elas conquistem outros espaços, que hoje são ocupados pelo sexo masculino. Quem sabe na próxima vez, não as vejo conduzindo aqueles ônibus chineses, como consigo ver em São Paulo. 

Obs: Eu não fiz muitos retratos de mulheres porque fiquei com receio de invadir a privacidade delas e não gosto muito de foto posada.

Feliz Dia Das Mulheres. 

No próximo capítulo voltaremos ao foco, voltaremos para a trip, com mais dicas e curiosidades sobre o povo e o País.
Jornalistas cubanas, da cidade de Santa Clara 

"VOLTA PRA CUBA" é um termo muito utilizado pelos brasileiros atualmente, que demostra a falta de conhecimento sobre a ilha. É utilizado, principalmente, pelos opositores do governo, que conseguem ver algumas semelhanças entre o Brasil e Cuba.  

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1 comentários

  1. Escolheu o melhor dia para fazer este post!!! Parabéns ótimo trabalho!

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